SEXTA TURMA DO TST: Isentou a empresa de condenação por dano moral imposta à empresa por ter demitid
  
Escrito por: Mauricio 11-07-2011 Visto: 1163 vezes

Bem... Este decisumtraz em seu elemento o caráter humanitário de um trabalhador que, no momento, que necessita de uma cirurgia é demitido, após 10 dias da sua revelação ao empregador da sua necessidade cirúrgica. A reclamação trabalhista foi julgada procedente e após, impugnação da empresa, foi mantida pelo Tribunal Regional. no entanto, o TST, por maioria de votos deu razão à empresa. Há um voto divergente, o que demonstra que o caso não é comum e merecia outro caminho. O que você  acha? Foi justa a decisão? Leia e reflita...

"11/07/2011
Portador de hérnia inguinal não consegue indenização por dispensa discriminatória
A Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) deu provimento a recurso da SHV Gás Brasil Ltda. e isentou a empresa de condenação por dano moral, por discriminação, imposta à empresa por ter demitido um trabalhador acometido de hérnia inguinal. A Turma considerou que a enfermidade não era, no caso, suficientemente grave para impedir a demissão sem justa causa do empregado, e alterou entendimento da Justiça do Trabalho da 9ª Região (PR) em sentido contrário.

No caso julgado, o trabalhador apresentou à empresa, em dezembro de 2003, documentos médicos que comprovavam a necessidade de submeter-se a cirurgia em conseqüência de uma hérnia inguinal. Dez dias depois, foi demitido e ajuizou a reclamação trabalhista alegando que a demissão se deu por discriminação.

Tanto o juízo de primeiro grau quanto o Tribunal Regional do Trabalho consideraram que a empresa demitiu o trabalhador sem justa causa “pelo simples fato de estar doente, num ato discriminatório e atentatório à dignidade da pessoa humana, o que lhe ocasionou prejuízos”. O direito ao dano, de acordo com este entendimento, não dependeria de a enfermidade estar ou não diretamente ligada à atividade funcional do empregado.

No entanto, o relator do recurso da empresa na Sexta Turma do TST, ministro Mauricio Godinho Delgado, observou que, sem o requisito da gravidade da doença, não se constatava no processo “qualquer ato discriminatório” da empresa capaz de invalidar a dispensa imotivada do trabalhador.

O ministro assinalou que o Regional não registra no processo qualquer complicação advinda da doença. Para ele, “o traço caracterizador” do ato discriminatório da dispensa imotivada está ligado à gravidade da enfermidade que acomete o empregado. Sem ela, a manutenção do contrato de trabalho perde a função reabilitadora da saúde do trabalhador, inerente, ao próprio tratamento médico e à inclusão social do paciente.

Divergência

A decisão da Sexta Turma, que não considerou discriminatória a demissão do trabalhador, foi por maioria. O ministro Augusto César Leite de Carvalho votou de forma divergente, de acordo com o Tribunal Regional do Trabalho.

(Augusto Fontenele)

Processo: RR - 146000-97.2005.5.09.0654

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