Medida provisória 759 de 22-12-2016:Regularização rural e urbana
  
Escrito por: Mauricio Miranda 24-12-2016 Visto: 641 vezes






Notícia extraída do site da Presidência da República:











“Presidência da República

Casa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos





MEDIDA PROVISÓRIA Nº 759, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2016.











 




Dispôe sobre a regularização fundiária rural e urbana, sobre a liquidação de créditos concedidos aos assentados da reforma agrária e sobre a regularização fundiária no âmbito da Amazônia Legal, institui mecanismos para aprimorar a eficiência dos procedimentos de alienação de imóveis da União, e dá outras providências.




O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 62 da Constituição, adota a seguinte Medida Provisória, com força de lei: 



Art. 1º  Esta Medida Provisória dispôe sobre a regularização fundiária rural e urbana, sobre a liquidação de créditos concedidos aos assentados da reforma agrária e sobre a regularização fundiária no âmbito da Amazônia Legal, institui mecanismos para aprimorar a eficiência dos procedimentos de alienação de imóveis da União, e dá outras providências. 



TÍTULO I



DA REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA RURAL  



Art. 2o  A Lei no 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, passa a vigorar com as seguintes alteraçôes: 



“Art. 5o  ....................................................................



......................................................................................... 



§ 4º  Na hipótese de acordo administrativo ou acordo realizado no âmbito do procedimento previsto na Lei Complementar no 76, de 6 de julho de 1993, o pagamento será efetuado de forma escalonada em Títulos da Dívida Agrária - TDA, resgatáveis em parcelas anuais, iguais e sucessivas, a partir do segundo ano de sua emissão, observadas as seguintes condiçôes:



......................................................................................... 



§ 7º  Na aquisição por compra e venda ou na arrematação judicial de imóveis rurais destinados à implementação de projetos integrantes do Programa Nacional de Reforma Agrária, o pagamento poderá ser feito em dinheiro, na forma estabelecida em regulamento. 



§ 8o  Na hipótese de decisão judicial transitada em julgado fixar a indenização da terra nua ou das benfeitorias indenizáveis em valor superior ao ofertado pelo expropriante, corrigido monetariamente, a diferença será paga na forma do art. 100 da Constituição.” (NR) 



“Art. 17.  ...................................................................



.........................................................................................



IV - integrarão a clientela de trabalhadores rurais, para fins de assentamento em projetos de reforma agrária, somente aqueles que satisfizerem os requisitos fixados para seleção e classificação previstos nesta Lei; e



..............................................................................” (NR) 



“Art. 18.  ................................................................... 



§ 1º  Os títulos de domínio e a CDRU são inegociáveis pelo prazo de dez anos, contado da data de celebração do contrato de concessão de uso ou de outro instrumento equivalente, observado o disposto nesta Lei.



....................................................................................... 



§ 4º O regulamento disporá sobre as condiçôes e a forma de outorga dos títulos de domínio e da CDRU aos beneficiários dos projetos de assentamento do Programa Nacional de Reforma Agrária.



............................................................................” (NR) 



“Art. 18-A.  ............................................................. 



§ 1º  Fica autorizado o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - Incra, nos assentamentos com data de criação anterior ao período de dois anos, contado retroativamente a partir de 22 de dezembro de 2016, a conferir o título de domínio ou a CDRU relativos às áreas em que ocorreram desmembramentos ou remembramentos após a concessão de uso, desde que observados os seguintes requisitos:



.........................................................................................



IV - o desmembramento ou o remembramento seja anterior ao período de dois anos, contado retroativamente a partir de 22 de dezembro de 2016.



......................................................................................... 



§ 3º  Os títulos concedidos nos termos do § 1o são inegociáveis pelo prazo de dez anos, contado da data de sua expedição.” (NR) 



“Art. 18-B.  Identificada a ocupação ou a exploração em projeto de assentamento por indivíduo que não se enquadra como beneficiária do Programa Nacional de Reforma Agrária, o ocupante será notificado para desocupação da área, nos termos estabelecidos em regulamento, sem prejuízo de eventual responsabilização nas esferas cível e penal.” (NR) 



“Art. 19.  O processo de seleção de indivíduos e famílias candidatos a beneficiários do Programa Nacional de Reforma Agrária será realizado por projeto de assentamento, observada a seguinte ordem de preferência na distribuição de lotes:



I - ao desapropriado, ficando-lhe assegurada a preferência para a parcela na qual se situe a sede do imóvel, hipótese em que esta será excluída da indenização devida pela desapropriação;



II - aos que trabalham no imóvel desapropriado como posseiros, assalariados, parceiros ou arrendatários, identificados na vistoria;



III - ao trabalhador rural vítima de trabalho em condição análoga à de escravo;



IV - aos trabalhadores rurais desintrusados de outras áreas, em virtude de demarcação de terra indígena, titulação de comunidade quilombola ou de outras açôes de interesse público;



V - ao trabalhador rural em situação de vulnerabilidade social que não se enquadre nas hipóteses anteriores; e



VI - aos que trabalham como posseiros, assalariados, parceiros ou arrendatários em outros imóveis rurais. 



§ 1o  O processo de seleção de que trata o caput será realizado com ampla divulgação de edital de convocação no Município em que será instalado o projeto de assentamento e na internet, na forma do regulamento.  



§ 2o  Nos projetos de assentamentos ambientalmente diferenciados, definidos na forma do regulamento, o processo de seleção será restrito às famílias que já residam na área, observadas as vedaçôes constantes do art. 20. 



§ 3o  Caso a capacidade do projeto de assentamento não atenda todos os candidatos selecionados, será elaborada lista dos candidatos excedentes, com prazo de validade de dois anos, a qual será observada de forma prioritária quando houver substituição dos beneficiários originários dos lotes, nas hipóteses de desistência, abandono ou reintegração de posse. 



§ 4o  Esgotada a lista dos candidatos excedentes de que trata o § 3o ou expirada sua validade, será instaurado novo processo de seleção específico para os lotes vagos no projeto de assentamento em decorrência de desistência, abandono ou reintegração de posse.” (NR) 



“Art. 19-A.  Caberá ao Incra, observada a ordem de preferência a que se refere o art. 19, classificar os candidatos a beneficiários do Programa Nacional de Reforma Agrária segundo os seguintes critérios:



I - família mais numerosa, cujos membros se proponham a exercer a atividade agrícola na área a ser assentada;



II - família ou indivíduo que resida há mais tempo no Município em que se localize o projeto de assentamento para o qual se destine a seleção;



III - família chefiada por mulher;



IV - família ou indivíduo integrante de acampamento situado no Município em que se localize o projeto de assentamento;



V - filhos que tenham entre dezoito e vinte e nove anos idade, de pais assentados que residam no mesmo projeto de assentamento;



VI - famílias de trabalhadores rurais que residam em projeto de assentamento na condição de agregados; e



VII - outros critérios sociais, econômicos e ambientais estabelecidos pelo Incra, de acordo com as áreas de reforma agrária para as quais a seleção é realizada. 



§ 1o  Compete ao Incra definir a pontuação a ser conferida aos candidatos de acordo com os critérios definidos por este artigo. 



§ 2o  Considera-se família chefiada por mulher aquela em que, independentemente de estado civil, a mulher seja responsável pela maior parte do sustento material de seus dependentes. 



§ 3o  Em caso de empate, terá preferência o candidato de maior idade.” (NR)  



“Art. 20.  Não poderá ser selecionado como beneficiário dos projetos de assentamento a que se refere esta Lei quem:



I - for ocupante de cargo, emprego ou função pública remunerada;



II - tiver sido excluído ou se afastado do programa de reforma agrária, de regularização fundiária ou de crédito fundiário sem consentimento de seu órgão executor;



III - for proprietário rural, exceto o desapropriado do imóvel e o agricultor cuja propriedade seja insuficiente para o sustento próprio e o de sua família;



IV - for proprietário, cotista ou acionista de sociedade empresária em atividade;



V - for menor de dezoito anos não emancipado na forma da lei civil; ou



VI - auferir renda familiar proveniente de atividade não agrária superior a três salários mínimos mensais ou superior a meio salário mínimo per capita



§ 1o  As disposiçôes constantes dos incisos I, II, III, IV e VI do caput se aplicam aos cônjuges e conviventes, inclusive em regime de união estável, exceto em relação ao cônjuge que, em caso de separação judicial ou de fato, não tenha sido beneficiado pelos programas de que trata o inciso II do caput



§ 2o  A vedação de que trata o inciso I do caput não se aplica ao candidato que preste serviços de interesse comunitário à comunidade rural ou à vizinhança do projeto de assentamento, desde que o exercício do cargo, do emprego ou da função pública seja compatível com a exploração da parcela pelo indivíduo ou pelo núcleo familiar beneficiado. 



§ 3o  São considerados serviços de interesse comunitário, para os fins desta Lei, as atividades prestadas nas áreas de saúde, educação, transporte, assistência social e agrária.  



§ 4o  Não perderá a condição de beneficiário aquele que passe a se enquadrar nos incisos I, III, IV e VI do caput, desde que a atividade assumida seja compatível com a exploração da parcela pelo indivíduo ou pelo núcleo familiar beneficiado.” (NR) 



“Art. 22-A.  As benfeitorias, reprodutivas ou não, existentes no imóvel destinado para reforma agrária poderão ser cedidas aos beneficiários para exploração individual ou coletiva ou doadas em benefício da comunidade de assentados, na forma estabelecida em regulamento.” (NR) 



“Art. 26-B.  A ocupação de lote sem autorização do Incra em projetos de assentamento criados há, no mínimo, dois anos, contados a partir de 22 de dezembro de 2016, poderá ser regularizada pelo Incra, observadas as vedaçôes constantes do art. 20. 



§ 1o  A regularização poderá ser processada a pedido do interessado ou mediante atuação, de ofício, do Incra, desde que atendidas, cumulativamente, as seguintes condiçôes:



I - ocupação e exploração da parcela pelo interessado há, no mínimo, um ano, contado a partir de 22 de dezembro de 2016;



II - inexistência de candidatos excedentes interessados na parcela elencados na lista de selecionados, de que tratam os § 3o e § 4o do art. 19, para o projeto de assentamento;



III - observância, pelo interessado, dos requisitos de elegibilidade para ser beneficiário da reforma agrária; e



IV - quitação ou assunção pelo interessado, até a data de assinatura de novo contrato de concessão de uso, dos débitos relativos ao crédito de instalação reembolsável concedidos ao beneficiário original.  



§ 2o  Atendidos os requisitos de que trata o § 1o, o Incra celebrará contrato de concessão de uso nos termos do § 2o do art. 18.” (NR)  



Art. 3o  A Lei no 13.001, de 20 de junho de 2014, passa a vigorar com as seguintes alteraçôes: 



“Art. 4º  Os créditos aos assentados de que tratam os art. 1o e art. 3o que tenham sido concedidos até 26 de dezembro de 2013 poderão ter seus valores financeiros transferidos até 31 de abril de 2017, observados os recursos financeiros já disponibilizados e atendidas as condiçôes que possibilitem o restabelecimento dos créditos.



............................................................................” (NR) 



“Art. 22.  Fica o Incra autorizado a doar áreas de sua propriedade, remanescentes de projetos de assentamento, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios e às entidades da administração pública indireta, independentemente de licitação, para a utilização de seus serviços ou para as atividades ou obras reconhecidas como de interesse público ou social, observado, no que couber, o disposto na Lei no 9.636, de 1998, desde:



............................................................................” (NR) 



§ 1º  Na hipótese do inciso II do caput, os assentados no projeto de assentamento serão previamente consultados sobre a doação.  



§ 2o  Em projetos de assentamento localizados na faixa de fronteira, a doação de áreas deverá ser precedida do assentimento prévio do Conselho de Defesa Nacional, na forma da Lei no 6.634, de 2 de maio de 1979.” (NR) 



Art. 4o  A Lei no 11.952, de 25 de junho de 2009, passa a vigorar com as seguintes alteraçôes: 



“Art. 5o  .......................................................................



........................................................................................ 



Parágrafo único.  Fica vedada a regularização de ocupaçôes em que o ocupante ou o seu cônjuge ou companheiro exerçam cargo ou emprego público:



I - no Incra;



II - na Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário da Casa Civil da Presidência da República;



III - na Secretaria do Patrimônio da União do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão; ou



IV - nos órgãos estaduais de terras.” (NR) 



“Art. 6o  ......................................................................... 



§ 1º  Serão regularizadas as ocupaçôes de áreas de até quinze módulos fiscais e não superiores a 1.500ha (mil e quinhentos hectares).



....................................................................................... 



§ 3º  Não serão regularizadas ocupaçôes que incidam sobre áreas objeto de demanda judicial em que sejam parte a União ou os entes da administração pública federal indireta até o trânsito em julgado da decisão, ressalvadas a hipótese de o objeto da demanda não impedir a análise da regularização da ocupação pela administração pública e a hipótese de acordo judicial.



.............................................................................” (NR) 



“Art. 11.  Na ocupação de área contínua de até um módulo fiscal, a alienação e, no caso previsto no § 4o do art. 6o, a concessão de direito real de uso se darão de forma gratuita, dispensada a licitação.” (NR) 



“Art. 12.  Na ocupação de área contínua acima de um módulo fiscal e até quinze módulos fiscais, desde que inferior a 1.500ha (mil e quinhentos hectares), a alienação e, no caso previsto no § 4o do art. 6o, a concessão de direito real de uso se darão de forma onerosa, dispensada a licitação. 



§ 1o  O preço do imóvel terá como base o valor mínimo da terra nua da Planilha de Preços Referenciais - PPR, elaborada pelo Incra, e o seu cálculo considerará o tamanho da área, nos seguintes percentuais:



I - acima de um e até dois módulos fiscais - dez por cento do valor mínimo da PPR;



II - acima de dois e até três módulos fiscais - vinte por cento do valor mínimo da PPR;



III - acima de três e até quatro módulos fiscais - trinta por cento do valor mínimo da PPR;



IV - acima de quatro e até seis módulos fiscais - quarenta por cento do valor mínimo da PPR;



V - acima de seis e até oito módulos fiscais - cinquenta por cento do valor mínimo da PPR;



VI - acima de oito e até dez módulos fiscais - sessenta por cento do valor mínimo da PPR;



VII - acima de dez e até doze módulos fiscais - setenta por cento do valor mínimo da PPR; e



VIII - acima de doze e até quinze módulos fiscais - oitenta por cento do valor mínimo da PPR. 



§ 2o  Na hipótese de não haver PPR vigente no Município, a administração pública municipal utilizará como referência avaliaçôes de preços de mercado de terras, produzidas preferencialmente por entidades públicas, justificadamente. 


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