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Rio de Janeiro, Cidade de Medo e de Preconceito
  
Escrito por: Mauricio 96-72-1320 Visto: 831 vezes

Estávamos eu e a minha Elisabete caminhando, ontem, na Av. N. Sra. de Copacabana, quando vimos uma pessoa tentando entrar pela porta traseira do ônibus, mas o motorista não abria a porta para ele. A pessoa em questão era um cidadão que, aparentemente, deveria ser vítima de vários preconceitos, já que era negro, parecia bastante pobre, vestia-se com roupas muito simples e, por fim, não possuía uma das pernas, locomovendo-se com uma muleta. Elisabete, ao ver que o motorista não deixava o cidadão entrar, foi reclamar sobre o porquê desta atitude e a pessoa que estava conduzindo o ônibus disse a ela que não iria deixar o outro entrar porque não queria. Logo depois, o sinal ficou verde e o motorista “arrancou” com o ônibus. Nem eu nem ela anotamos o número do ônibus e da linha. Por fim, Elisabete deu alguns reais, para o cidadão com uma perna só, a fim de que ele não precisasse passar por novo vexame de ser rejeitado por um motorista de ônibus. Ela o fez, não por pena, mas segundo a mesma, por indignação, e uma indignação mais do que justa, por sinal!

E aí, qual dos preconceitos serviu para que o motorista do ônibus não deixasse o cidadão entrar? Qual você acha: o fato dele ser negro, o fato de ser pobre, ou o fato de não ter uma perna? Eu aposto na última alternativa, pois só a última implicaria no direito que tinha o cidadão em questão – e que foi negado pelo motorista – em subir pela porta traseira do ônibus.

E porque o motorista não deixaria uma pessoa sem uma perna entrar no ônibus que dirigia? Há várias alternativas, também: medo de ser assaltado pelo portador de apenas uma perna, indiferença pelo sofrimento alheio, predisposição contra portadores de deficiência, não gostar de pessoas negras, pobres e com uma só perna, etc. Eu, neste caso, aposto na primeira alternativa, que seria o medo de ser assaltado. Mas como este cidadão de uma perna só poderia assaltar o ônibus? A única coisa que vi, nas suas mãos, foi a muleta! Talvez acertasse alguém com a muleta, pegasse a bolsa ou o celular com a mão livre e corresse com o pé que sobrava! Não considero que seja uma situação plausível, nem possível, de acontecer!

O medo e o preconceito tomam conta desta cidade, assim como a violência, a desordem, a ilegalidade, a desigualdade, a falta de oportunidades de empregos decentes, de habitaçôes adequadas e de meios de transporte públicos. E, por que será que tudo isto acontece e nenhum dos nossos governantes faz nada a respeito? Eu penso que a Olimpíada e a Copa do Mundo, que estão por vir, estão nas cabeças deles e nada mais existe nelas, não havendo qualquer preocupação com o bem estar da população, que, sentindo-se excluída de tudo, exclui, também, aos outros, numa crescente maré de individualismo, de egoísmo, de medo e de preconceito, que só tende a aumentar.

A cidade do Rio de Janeiro está se tornando uma cidade inabitável por cidadãos que respeitam a lei e a seus semelhantes!

*Mauricio Miranda.

**Imagem Extraída do Google.

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