Setor de Passaportes do Departamento de Polícia Federal: Uma Bagunça Total
  
Escrito por: Mauricio 23-10-2011 Visto: 1064 vezes

Eu e minha Elisabete decidimos tirar um passaporte. Dia 21 de outubro de 2011, ou seja, anteontem, acessamos o portal do Departamento de Polícia Federal e, depois de preenchermos todos os campos, marcamos a entrega dos documentos (identidade, cpf, título de eleitor e comprovantes de votação na última eleição) para hoje, dia 23 de outubro de 2011, data mais próxima que havia no site - as outras datas seriam só do meio para o final de novembro.  O agendamento dela seria para 15h30min e o meu, 15h45min. Após pagarmos as DRUs, - no valor de R$156,07 cada um -, reunimos todos os documentos necessários e esperamos pelo dia de ir ao local indicado, no caso, o posto da DPF no Shopping Rio Sul, no G3 Setor Amarelo.

Hoje, dia 23 de Outubro de 2011, saímos por volta de 15 horas, - já que, no site, solicitavam que chegássemos 15 minutos adiantados - e fomos ao Shopping Rio Sul, bem perto de onde moramos. Lá chegando, obtivemos as informaçôes necessárias para achar o Posto do Departamento de Polícia Federal responsável pelos passaportes e, ao passarmos por duas portas, verificamos uma fila do lado de fora do setor de passaportes. Elisabete achou estranho, mas entramos na sala.

Não sei como dizer de outro modo: a sala estava abarrotada de gente. Parecia fim de feira! Só faltava ter gente sentada no chão! Tinha pessoas de idade, crianças, todos com cara de arrependimento ou de desânimo. As pessoas só entravam na sala, cada vez mais cheia, e eu não via qualquer pessoa sair do local onde eram entregues os documentos. Depois de uns 15 minutos, mais ou menos, vi sair a primeira pessoa, e a ouvi falando - ao passar por nós - que tinha marcado a entrega de seus documentos para domingo da semana passada às 13h15min! Fiquei um pouco espantado, mas não sabia que o pior estava por vir!

Depois de mais uns 15 minutos esperando, saiu um funcionário da DPF, com duas listas na mão, e começou a fazer um discurso meio confuso, pedindo desculpas pelo evidente transtorno e tentando esclarecer alguns ridículos pormenores daquela situação, tão estranha para um órgão público do nível do Departamento de Polícia Federal. Afirmou que o sistema estava meio lento, que estavam atendendo pessoas de dois domingos ao mesmo tempo, e que não tinha meios de impedir que novas pessoas marcassem novos atendimentos para o domingo que vem! Esta última afirmação veio, - depois de o mesmo funcionário entrar e sair da sala, duas vezes, para atender outros postos, pelo telefone, que, também, estavam com problema de sistema! - depois que perguntei se ele não poderia impedir que novas pessoas continuassem marcando agendamentos para o domingo que vem. Fiz esta pergunta sabendo que, no site, a próxima marcação de agendamentos, no Shopping Rio Sul, seria para 10 de novembro. Depois de, novamente, entrar e sair mais uma vez, o funcionário - sempre o mesmo - declarou, finalmente. que sua chefe havia determinado o seguinte: todos os agendamentos de hoje seriam, automaticamente, reagendados para dia 30 de novembro - o próximo domingo -, nos mesmos horários, e as pessoas cujo agendamento tivesse sido marcado para o domingo passado seria feita uma tentativa de atender todos hoje, mas, se não conseguisse, estariam, também, automaticamente, reagendados para domingo próximo! Depois de ouvirmos tantos absurdos e, sem nada poder fazer contra tanta bagunça, fomos embora para casa.

Eu não sei de vocês, mas eu sou funcionário público e entendo as dificuldades por que passam todos os órgãos públicos federais, estaduais e municipais em todos os níveis administrativos, sejam do Executivo, do Legislativo e do Judiciário. Por isso, não concordo com o que uma das pessoas estava falando, de que o problema é de corrupção. Não é, é, simplesmente, de falta de meios para bem servir ao público.

Uma outra pessoa disse que não sabia como seria na época da Copa do Mundo, mas até lá, espero que os nossos funcionários públicos estejam melhor informados, com melhores meios de comunicação e melhores sistemas de computação à sua disposição. Todos sabemos que os sistemas de computação no Brasil são os piores do mundo, que nossas tarifas de telefonia são estratosféricas e que a banda larga no Brasil é risível perto do que existe no mundo, em qualquer outro país civilizado do mundo!

Tudo que espero é que uma bagunça como esta de hoje não seja lugar comum no futuro, especialmente em órgãos públicos de prestígio.

Por fim, quero dizer que não necessito do passaporte com tanta pressa, - nem a Elisabete - mas pessoas na sala do DPF estavam com passagem marcada e pareciam confiar na presteza do Departamento de Polícia Federal para lhes fornecer o passaporte. A todos eles, presto a minha solidariedade. E à DPF um pedido: contratem um novo sistema de computação e melhores administradores!

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