Muitas pessoas reclamam do calçamento de pedras portuguesas na cidade do Rio de Janeiro e eu aviso a estes: não há calçamento de pedras portuguesas nesta cidade.
É certo que são usadas pedras portuguesas em calçadas no Rio de Janeiro. Mas não são usadas só pedras portuguesas neste calçamento. E é por isso que reafirmo: não há calçamento de pedras portuguesas nesta nossa cidade.
Quem já viu alguns funcionários da prefeitura municipal sentados em calçadas, tentando colocar pedras portuguesas vai dar-me razão. Como estes funcionários instalam as pedras? Primeiro, jogam uma quantidade mínima de pedras portuguesas, tão pequena que não poderia calçar nem um terço do que estes servidores municipais pretendem. Depois, jogam areia, cimento, água, batem nas pedras para nivelá-las e, por fim, vão embora, achando que o seu trabalho está feito.
O que diriam os mestres calceteiros - contratados por esta mesma Prefeitura para ensinar como colocar pedras portuguesas – sobre o uso de outros materiais, além das ditas pedras num mesmo e único calçamento? Eu penso que ficariam horrorizados.
Alguns desavisados, ao verem pedras portuguesas soltas ou buracos neste calçamento, chegam a afirmar – de forma preconceituosa e totalmente fora da realidade – que este calçamento só poderia ser ideia de português. Nada mais longe da verdade: este calçamento, - pelo menos, o que é feito no Rio de Janeiro – não é nada de português, mas tipicamente brasileiro.
Pedras portuguesas são um material caro, mas duram para sempre. Areia, cimento e água são muito mais baratos, mas a primeira chuva leva embora, criando os famosos buracos que todos os cariocas conhecem.
E por que estas pedras portuguesas não são usadas de forma correta, segundo o ensinamento dos mestres calceteiros? Penso que vale mais a pena fazer este calçamento agora, e consertar depois, porque, assim, a indústria de produção de cimento e a indústria de fornecimento de areia têm um permanente comprador de suas matérias primas. Pedras portuguesas são compradas, instaladas e não mais precisam ser repostas, não havendo um fornecimento posterior de pedras, porque, se bem feito, o calçamento de pedras portuguesas, como já disse, é para sempre.
Não considero que a Prefeitura desta nossa cidade tenha qualquer espécie de conchavo com qualquer indústria, mas, afirmo de novo: pedras portuguesas são caras. E a nossa Prefeitura, assim como todos os entes públicos neste país, economizam no que não precisam e gastam no que é supérfluo.
Por fim, já que estou falando em órgãos públicos, quero agradecer aos funcionários do DETRAN do PostoSanta Luzia, no qual fiz a vistoria do meu veículo no dia de hoje. Fui tratado com urbanidade, respeito e encontrei funcionários preparados e competentes no seu mister. Agradeço a todos pelo bom atendimento.
*Mauricio Miranda.
**Imagem extraida do Google.
