Escrito por: Mauricio 18-07-2012 Visto: 772 vezes |
Notícia extraída do site do Tribunal Regional Federal da 1ª Região:
“Justiça Federal é competente para processar e julgar crimes contra a organização do trabalho
Publicado em 18 de Julho de 2012, às 18h34
A 3.ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1.ª Região deu provimento a recurso formulado pelo Ministério Público Federal (MPF) e afirmou ser competência da Justiça Federal o julgamento de crimes contra a organização do trabalho.
O MPF recorreu ao TRF da 1.ª Região após o juízo federal da Subseção Judiciária de Patos de Minas (MG) não ter recebido denúncia contra cinco pessoas que montaram um esquema, e atuaram nele, para recrutar trabalhadores mediante fraude, com o fim de levá-los para território estrangeiro.
No recurso, o MPF sustenta que o Brasil é signatário do Protocolo Adicional à Convenção das Naçôes Unidas contra o Crime Organizado Transnacional, relativo ao Combate ao Tráfico de Migrantes por via Terrestre, Marítima ou Aérea. Invoca jurisprudência no sentido da competência da Justiça Federal para processar e julgar o crime em questão e requer, com tais fundamentos, que seja recebida a denúncia contra os cinco envolvidos.
Ao analisar o pedido formulado pelo MPF, o relator, juiz federal convocado Murilo Fernandes de Almeida, afirmou que a sentença do juízo de primeiro grau merece ser reformada, ante a atual jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF), do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do próprio TRF da 1.ª Região.
“Na esteira do atual entendimento do Supremo Tribunal Federal e desta Corte, o crime de redução à condição análoga a de escravo, ainda que praticado contra determinados grupos de trabalhadores, por se enquadrar na categoria de delitos contra a organização do trabalho, é de competência da Justiça Federal”, afirmou o relator em seu voto.
Ainda de acordo com o magistrado, “demonstrados, com a denúncia, suficientes indícios de autoria e a materialidade do delito, com o preenchimento dos requisitos constantes do art. 41 do Código de Processo Penal, impôe-se o seu recebimento, mormente em face da prevalência, nessa fase processual, do princípio in dubio pro societate”.
Com esses fundamentos, a Turma, de forma unânime, deu provimento ao recurso formulado pelo MPF para, declarando a competência da Justiça Federal para processar e julgar o feito, receber a denúncia.
Processo n.° 0000749-94.2011.4.01.3806/MG Assessoria de Comunicação Social Tribunal Regional Federal da 1.ª Região”
*Mauricio Miranda.
**Imagem extraída do Google. |
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