O nome greve vem da Place de la Grève, em Paris, aonde ocorriam as manifestaçôes populares em séculos passados. Uma das mais famosas greves ocorreu nos Estados Unidos da América, num dia 1° de Maio, e ocasionou o feriado do dia do trabalhador, que é comemorado em todo o mundo neste dia, exceto no próprio EUA, em que é considerado como uma data de natureza comunista.

A greve é um direito inalienável de todos os trabalhadores e merece ser tratada como tal por governantes e população. O último movimento paredista na cidade do Rio de Janeiro foi o dos bombeiros militares e salva-vidas, que terminou com a prisão dos líderes da greve, determinada pela Auditoria Militar, ou seja, os militares, sejam eles quais forem, não têm o direito à paralisação de seus serviços. Um outro movimento foi o dos juízes federais, que não disseram ter feito greve, apenas um dia de paralisação. Ao que parece, juízes também não têm direito à greve, já que são autoridades, e não trabalhadores.

Afinal, o que desejam os grevistas? Qualquer grevista deseja melhores salários, melhores condiçôes de serviço, menos horas de trabalho, serem tratados com dignidade por seus patrôes, entre outras reinvindicaçôes.

Existem leis regulando o direito de greve. Tribunais julgam, toda hora, greves dos mais diversos tipos. A lei existe para todos, mas nem todos são atingidos pela lei de greve. Muitos são os trabalhadores que não têm direito à greve, como os funcionários públicos, e, entre estes, os militares.

Existe algum outro meio de trabalhadores conseguirem que sejam respeitados em seus direitos a um salário justo e a melhores condiçôes laborais? Eu não vejo como! Mas toda greve é considerada como um atentado à segurança pública, de alguma forma. Qualquer greve é, normalmente, julgada ilegal, já que a lei de greve impôe condiçôes draconianas para que este direito seja respeitado.

Policiais, médicos, professores, bombeiros, e muitos outros profissionais do nosso Estado do Rio de Janeiro ganham muito pouco, e, por isso, precisam ter outros empregos e, além disso, enfrentam jornadas desumanas de trabalho. Policiais ainda têm contra eles o fato de atuarem em uma função perigosa e que não é reconhecida por grande parte da população.

Todos têm direito à greve, ou não? Afinal, o que é o direito de greve neste nosso Brasil senão um arremedo de direito! Direito deve ser para todos, ou não é direito, é privilégio! E privilégio não se coaduna com democracia. E, por fim, estamos, ou não, num Estado Democrático de Direito?

*Mauricio Miranda