Escrito por: Mauricio 17-02-2012 Visto: 922 vezes |
Notícia extraída do site do Superior Tribunal de Justiça: “17/02/2012 - 10h14 DECISÃO STJ admite reclamação contra decisão que impunha obrigaçôes de cumprimento impossível A ministra Isabel Gallotti admitiu o processamento de reclamação proposta por uma revendedora de carros contra acórdão proferido pela Terceira Turma do Conselho Recursal dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais do Estado do Rio de Janeiro. Segundo a empresa, a decisão contraria a jurisprudência do STJ, pois manteve condenação cujas determinaçôes são impossíveis de cumprir.
Em ação declaratória de inexistência de débito ajuizada por uma cliente, a empresa foi condenada a rescindir o contrato de financiamento de automóvel celebrado entre a cliente e uma financeira; cancelar os débitos existentes em nome da cliente referentes ao valor do carro; e providenciar a exclusão de qualquer apontamento restritivo em cadastros de proteção ao crédito. A sentença deu o prazo de 30 dias, com multa igual ao dobro de qualquer valor que fosse cobrado em desconformidade com a decisão.
A revendedora alega ser impossível rescindir o contrato entre a cliente e a financeira, pois apenas intermediou o acerto e, por isso, é parte ilegítima para figurar no polo passivo da ação. De acordo com a empresa, a jurisprudência consolidada do STJ considera descabido impor obrigação e fixar multa caso se trate de cumprimento de ato que dependa da vontade de terceiro.
Embora a reclamação não se equipare ao recurso especial, que não é cabível contra as decisôes das turmas recursais dos juizados estaduais, ela pode ser utilizada para dirimir divergências entre essas decisôes e súmula ou jurisprudência consolidada do STJ, e serve para impedir a consolidação de entendimentos que divirjam da jurisprudência do tribunal. Além disso, segundo definiu o STJ, só serão admitidas reclamaçôes baseadas em súmulas ou teses adotadas no julgamento de recurso repetitivo.
Para a ministra Isabel Gallotti, ainda que a divergência apontada pela reclamação não seja baseada em súmula ou recurso repetitivo, a decisão é absurda, pois impôe à empresa obrigaçôes que dependem da vontade de terceiro, tornando impossível o seu cumprimento.
Coordenadoria de Editoria e Imprensa”
*Mauricio Miranda. **Imagem extraída do Google.
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