Em 1979, ou seja, há 32 anos, eu fiz vestibular para o curso de Direito. Naquela época, era chamado de vestibular unificado, pois reunia as universidades públicas, URFJ, UERJ, UFRURJ etc e, por incrível que pareça, funcionava muito bem, sem qualquer problema. Atualmente, inventaram uma sigla, ENEM, que significa Exame Nacional do Ensino Médio, que não funciona e que já começa mal pelo nome: ENEM lembra alguma coisa negativa, e eu penso que o exame deveria algo parecido com chamar ENIF, que significaria Exame Nacional Para Ingresso em Faculdade, um nome neutro.

E o que significa o atual ENEM? Uma enorme reunião de pessoas tentando passar por um exame fraudado, continuamente e que leva ao desespero milhares de jovens que pensam que basta estudar para ter uma chance na vida.

E que lição se tira de toda esta ladroagem, fiscalização falha, regras absurdas, gigantismo descontrolado, centralização mal feita e administração inepta que são as marcas do ENEM? Que é um resumo de como funciona o Brasil: um país desgovernado, em que a educação é tratada como lixo, a desorganização está em todos os níveis e ninguém pensa ser antiético fraudar um resultado, seja lá do que for!

Será que tem que ser assim? Será que não se pode querer que o Brasil deixe de ser um país sem rumo, sem governo, sem educação, sem moral, sem ética?

Vamos lutar por um Brasil melhor e, para isso, passeatas só não adiantam. O que, realmente, importa são as atitudes de cada dia, de respeito ao outro e a si mesmo, de respeito à lei, de defesa de uma vida mais de acordo com o que é certo, com o que ético, com o que é moral.

Não podemos exigir de outrem o que não exigimos de nós mesmos. A mudança começa e acontece na tomada de consciência de cada indivíduo. Por que não tentar melhorar você, eu, todos nós, hoje?

P.S.: Quero agradecer ao nosso assessor especial temático, Lucas Bastos, pela lembrança do tema, e que ele, sempre, continue fornecendo ideias para o nosso FINTESP.

*Mauricio Miranda.

**Imagem extraída do Google.