STJ: Falta de convencimento do julgador não justifica extinção do processo
  
Escrito por: Mauricio Miranda 19-09-2016 Visto: 479 vezes






Notícia extraída do site do Superior Tribunal de Justiça:



“DECISÃO



19/9/2016 7h51min



Falta de convencimento do julgador não justifica extinção do processo



Em julgamento de recurso especial, a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) cassou decisão da Justiça de São Paulo que extinguiu uma liquidação de sentença para apuração de lucros cessantes por considerar que as provas apresentadas não seriam suficientes para a determinação exata do valor da indenização.



O caso envolvia a compensação de lucros cessantes referentes ao que uma empresa deixou de ganhar com a venda de capacetes que seriam produzidos a partir de equipamentos não entregues.



Foram realizadas três perícias judiciais. Apenas a última, determinada pelo juízo de primeiro grau em razão da discrepância entre a primeira e a segunda perícia, foi homologada. Contra a decisão foi interposto agravo de instrumento.



Presunçôes



O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) decidiu pela extinção da liquidação judicial de sentença pois, segundo o acórdão, as perícias se basearam em meras presunçôes, “desprovidas de grau aceitável de certeza, de modo que seus resultados não podem ser aceitos”.



No STJ, o relator, ministro Marco Aurélio Bellizze, entendeu que a ausência de formação de convencimento pela corte estadual não poderia ser justificativa para a extinção da liquidação.



Bellizze destacou o instituto do ônus da prova, que atribui às partes o dever de municiar o juiz para que este firme a convicção quanto ao direito alegado; uma vez não comprovado esse direito, a parte à qual incumbe tal ônus sai perdedora no litígio.



O ministro também rechaçou a afirmação do acórdão sobre a inviabilidade de utilização de presunçôes no sistema probatório. “As presunçôes não apenas são toleradas pelo sistema processual, como lhe são fundamentais”, disse.



Para o relator, é impossível chegar a uma conta exata sobre quanto a empresa deixou de lucrar, mas exigir essa precisão seria o mesmo que negar o direito à reparação integral do dano judicialmente reconhecido.



O colegiado, por unanimidade, determinou o processamento do recurso pelo TJSP.



Esta notícia refere-se ao(s) processo(s): REsp 1549467



 


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