STJ:Empresa que mudou objeto social para venda de sapatos não poderá explorar serviço de rádio
  
Escrito por: Mauricio Miranda 23-01-2015 Visto: 540 vezes






Notícia extraída do site do Superior Tribunal de Justiça:




“23/1/2015 – 16h50



DECISÃO



Empresa que mudou objeto social para venda de sapatos não poderá explorar serviço de rádio



O Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspendeu em caráter liminar a execução do contrato de permissão entre a União e a empresa SRS Comunicaçôes LTDA para explorar serviço de radiodifusão sonora na cidade de São João Batista (SC).



A decisão foi da presidente em exercício do Tribunal, ministra Laurita Vaz, em um pedido liminar em mandado de segurança impetrado pela empresa Vale de Comunicaçôes, inconformada com a outorga do serviço para a SRS, que passou a comercializar calçados logo após a habilitação na licitação.



A Vale de Comunicaçôes afirmou que, em dezembro de 2001, o Ministério das Comunicaçôes publicou um edital de concorrência com objetivo de outorgar serviços de radiodifusão para várias cidades de Santa Catarina, incluindo São João Batista.



Apesar de ser classificada em segundo lugar, a Vale alegou que não foi chamada para a fase de adjudicação da licitação, mesmo com a alteração da denominação, do objeto social e do quadro de sócios da empresa vencedora, SRS Comunicaçôes. Mudanças que, conforme a Lei 4.117/62 e o Decreto 52.795/63, deveriam resultar na desclassificação da empresa.



Rádio ou sapato?



Consta nos autos que a empresa vencedora passou a denominar-se SRS Indústria e Comércio de Calçados LTDA, voltada para o comércio de calçados de couro, havendo também mudanças em seu quadro societário.



De acordo com Laurita Vaz, a Lei 4.117/62 determina expressamente que, nas permissôes para explorar serviços de radiodifusão, “a alteração dos objetivos sociais, a modificação do quadro diretivo, a alteração do controle societário das empresas e a transferência da concessão, da permissão ou da autorização dependem, para sua validade, de prévia anuência do órgão competente do Poder Executivo”.



A ministra destacou trecho do edital licitatório que dizia que ultrapassada a fase de habilitação, as proponentes não mais seriam desclassificadas por motivo relacionado à habilitação jurídica, a não ser por fatos supervenientes ou só conhecidos depois da habilitação.



Laurita Vaz reconheceu que as alteraçôes na composição societária e no objeto social, posteriores à habilitação, não foram comunicadas ao Poder Executivo. Afirmou ainda que, no momento da outorga, o objeto social da empresa era apenas a indústria e o comércio de calçados, ou seja, “absolutamente estranho à exploração de serviços de radiodifusão”.



Laurita Vaz entendeu que as irregularidades contidas nos autos eram suficientes para a concessão da liminar, suspendendo o contrato de outorga dos serviços de radiodifusão até o julgamento do mandado de segurança, cujo mérito será julgado pela Primeira Seção.”



 



 



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