STJ:Embratel não consegue anular licitação de serviços de telecomunicaçôes no Espírito Santo.
  
Escrito por: Mauricio 18-09-2012 Visto: 797 vezes

Notícia extraída do site do Superior Tribunal de Justiça:

18/9/2012 - 8h58

DECISÃO

Embratel não consegue anular licitação de serviços de telecomunicaçôes

A Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou recurso em mandado de segurança no qual a Empresa Brasileira de Telecomunicaçôes (Embratel) pretendia anular licitação de serviços de telecomunicaçôes no Espírito Santo. Para os ministros, esse instrumento processual não é adequado para questionar a legalidade da licitação em lote único, pois seriam necessárias revisão de provas, perícia e apresentação de contraditório.

Seguindo o voto do relator, ministro Humberto Martins, a Turma entendeu que a definição do objeto da licitação buscou obter vantagens para a administração e toda a coletividade, proporcionando menores custos e melhor qualidade no atendimento aos cidadãos.

No mandado de segurança, a Embratel insurgiu-se contra a licitação dos serviços em lote único, argumentando que deveria haver o fracionamento do objeto, conforme prevê o artigo 23, parágrafo 1°, da Lei 8.666/93. Alegou que a definição de lote único do objeto licitado frustraria a competitividade e violaria o interesse público.

O Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) não apreciou o mérito por entender que, no caso em questão, seria necessária a produção de provas, inadmissível em mandado de segurança. O tribunal entendeu que seria imprescindível a realização de prova pericial técnica, para que se revelasse a ilegalidade alegada pela empresa.

Fracionamento do objeto

No STJ, a empresa alegou que a definição do objeto teria direcionado o certame, pois somente a concessionária local, a Telemar Norte Leste, teria rede com a configuração dos serviços licitados. A comissão de licitação informou que não era necessário fracionar o objeto, já que a formação de rede única tinha menores custos para a administração e maiores facilidades para os usuários.

Para o ministro Humberto Martins, a opção de fracionar ou não o objeto de licitação somente se mostrará ilegal com evidência técnica e econômica de prejuízo. Mesmo assim, a via ainda seria inadequada, já que laudos técnicos podem ser contestados, e em mandado de segurança não há essa opção.

Produção de provas

O ministro ressaltou que a questão necessita que “sejam produzidos laudos técnicos de engenharia de telecomunicaçôes e de economia para demonstrar qual solução seria mais adequada: dividir o objeto em lotes ou fazê-lo em lote único”. Logo, segundo ele, é evidente a necessidade de produção de provas.

O ministro lembrou que o artigo 23 da Lei 8.666 indica que "as obras, serviços e compras efetuadas pela administração serão divididas em tantas parcelas quantas se comprovarem técnica e economicamente viáveis". Segundo o relator, as alegaçôes da Embratel, de que seria melhor ao interesse público fracionar o objeto, não vieram acompanhadas de provas pré-constituídas.

Coordenadoria de Editoria e Imprensa”

 

 

*Mauricio Miranda.

**Imagem extraída do Google.

 

 

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